Adelino Gomes, Provedor do Ouvinte da RDP
A última exposição da mesa foi feita por Adelino Gomes, que ocupa o cargo de Provedor do Ouvinte da RDP há 11 meses. O convidado começou por dizer que o cargo, apesar de existir no estrangeiro há muitos anos, chegou a Portugal apenas há três.
No início, a RDP quis instituir a figura do provedor, como o orador referiu, para que servisse de “álibi de uma empresa completamente à deriva”. Acrescentou que naquele momento “não havia credibilidade na RDP e iam usá-lo [ao provedor] para conseguir isso”. Adelino Gomes referiu que a lei garante que o provedor tem de ser uma pessoa independente da empresa. O facto de não pertencer à entidade, faz com que “o provedor que aceite o cargo avance com o conforto de que não vai para ser um pau-mandado da administração; só o será se for um corrupto mentalmente”, explicou.
(Adelino Gomes falou da figura do provedor. Foto: João Figueiredo)
Quando aceitou a função, o provedor tinha algumas convicções em mente. Uma delas era que iria estar “entre dois focos”: o olhar de soslaio dos ouvintes e a acusação dos profissionais de ter “cuspido no seu trabalho”. Outra era que não ia ser importante a sua opinião pessoal, mas sim o que ia veicular no seu programa semanal. Por último, ter êxito na sua função, significaria que teria tido sucesso no “jogo de três vozes: recepção, estrutura e campo profissional”.
Ao fim de seis meses no cargo, fez um balanço positivo quanto ao “relacionamento com ouvintes, campo profissional e administração”, uma vez que ultrapassou as dificuldades. Noutro ponto, garantiu que conseguiu enquadrar-se entre os dois focos, ainda que as suspeitas por parte dos ouvintes e dos profissionais continuem. Da parte dos ouvintes, as desconfianças provocam uma certa falta de credibilidade, porque estes questionam a programação e a linha editorial.
No que toca aos profissionais, o Provedor confessou que sente que ainda “não interiorizaram a noção de serviço público onde estão integrados”. O orador considera importante a formação contínua dos profissionais. Um dos campos a rever é o da língua portuguesa, pois acha “inadmissível os erros que se cometem”. Também deveria merecer atenção as técnicas vocais e ainda a missão de serviço público.
A finalizar, Adelino Gomes garantiu que ainda não viu “interacção entre os três pólos”, o da administração, o da recepção e o do campo profissional.
(Texto: Claúdia Fernandes)
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